quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

AS autoras do blogger


Jovens, servas de Deus, estudantes, que amam o SEnhor Jesus e a obra dEle.

pense...

"Viver pela fé, vivendo pelo amor para ser uma de esperança."

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Manobras assépticas contra o pecado?!


























Bom, antes de começar efetivamente a falar sobre o assunto, nesse primeiro texto, gostaria de me apresentar. Meu nome é Ariane, sou recém formada em Microbiologia pela UFRJ e seminarista do Seminário Teológico Betel. Essa formação, digamos que um tanto eclética, é a razão do teor cientifico-religioso desse blog. Ou não, talvez seja apenas uma pretensão da minha parte. Quem lê, julgue.

Agora ao assunto em si. Para falar sobre manobras asséticas no contexto acima, primeiramente é preciso definir determinadas coisas. Para trabalharcom micróbios (para quem ficou em dúvida antes, é isso que um microbiologista faz: trabalha com germes, micróbios, bactérias, fungos e etc) nós utilizamos o que chamamos de meios de cultura. Meios de cultura são, a grosso modo, uma espécie de gelatina super nutritiva, onde as bactérias que se depositam ali conseguem tudo que precisam para sobreviver. Dessa forma, quando uma bacteria chega a um meio de cultura, ela "come" e se multiplica... é o ambiente perfeito para ela. 

Quando fazemos meios de cultura, temos em mente ter ali uma bactéria específica, para estudá-la. Não podem haver outras. Mas tem um detalhe - Se você é do tipo neurótico com limpeza, é melhor parar a leitura por aqui! - existem bactérias em todo o lugar! Milhares delas! Nas nossas mãos, no ar, nas mesas, nas canetas, no seu nariz, na sua boca, em todo lugar! Ora, ora... pense comigo - Se o meio de cultura que eu fiz é riquíssimo e as bactérias estão em toda parte, na hora que eu abrir a embalagem com o meio de cultura para colocar a bactéria que eu quero, várias outras vão entrar lá também! é comida! De graça! É como colocar uma gaiola com alpiste querendo pegar um passarinho específico dentro de um viveiro com milhares deles. 

Para resolver esse problema criaram-se as manobras assépticas. A idéia é criar um ambiente totalemente livre de micróbios, de vida... um ambiente estéril. É como  matar todos os passarinhos do viveiro e só deixar o que você quer. Assim, quando você colocar a gaiola com alpiste, não vai correr o risco de pegar o passarinho errado. Para isso usamos todos os paramentos que se vê na televisão quando mostram um laboratório: jaleco, luvas, camâras especiais isoladas do ambiente, máscara, álcool, luz ultra-violeta e etc. 

O que isso tem de ver com pecado? vejamos: imagine que você é um meio de cultura.  Agora imagine que o pecado são as milhares de bactérias às quais nos referimos acima. Como manter-se puro, sendo um ambiente riquíssimo para o desenvolvimento do pecado como somos? Muitas vezes caimos no tentanção de querer transformar o mundo num ambeinte estéril, a fim de que não corramos o risco de nos contaminar. Essa idéia brilhante não é nova. Paulo falou sobre ela algumas vezes. 

"Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo." ICo 5.9-10

Paulo sabia que tornar o mundo "estéril de pecado", isolar-se das impurezas, entrar numa 'comodozinho' livre de qualquer contaminação não era possível. "pois, nesse caso, teríeis que sair do mundo"

O próprio Jesus disse, em sua oraçãoque se encontra em João 17.15 "Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal."

O caminho não é desaparecer do mundo, ficar na sua bolha protegido do pecado.

"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne." Colossenses 2.20-23

Nesse texto de colossenses Paulo também alerta sobre a técnica do "não pode" que também é muito utilizada hoje. Certamente o texto acima citado se encaixa como luva e bate na cara de muitas pessoas e de muitas igrejas. Para evitar o pecado, evita-se qualquer coisa que dá prazer. Isso tem um nome parecido com o termo que nós usamos no laboratório - "ascetismo" - , que aprece em algumas traduções. Também não funciona. Paulo diz que "parece legal, parece inteligente" faz você pensar que é "o cara, o santo, o obediente e submisso" mas não são de valor algum! Não resolvem o problema, mascaram-no.

Qual é a solução então? Jesus dá a resposta nessa mesma oração, fazendo um pedido ao Pai: "Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade."

A questão não é o mundo, a mudança que Deus faz não é no ambiente em que você se encontra. É em você! O foco está no lugar errado. O mundo não vai ficar "estéril de pecado" para que você não se contamine. E por mais que você queira, não vai encontrar uma bolha, que te isole "desse mundo contaminado". 

Jesus pede para que Deus nos santifique. Que Deus transforme a nossa vida de forma que nós estejamos no meio de tantos germes e micróbios, mas não nos contaminemos, porque já não somos um meio de cultura rico. Não somos mais "o ambiente perfeito" para o pecado se desenvolver. Porque quem está em Cristo é nova criatura, tem uma nova natureza, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo (II Co 5.17).

Precisamos, não de manobras Assépticas, nem de Ascetismo, mas de buscar a Santificação, sem a qual, ninguém verá a Deus (Hb12.14)! 

A mudança que Deus opera no homem sempre foi de dentro para fora. Esse é o conceito de luz do mundo. Estar num mundo estéril para não se contaminar não é ser luz do mundo. Estar num mundo pecaminoso e manter-se fiel a Deus é fazer a diferença. Nós precisamos impactar o mundo pela presença de Deus na nossa vida!

Esse é o desafio! A assepsia funciona muito bem para a ciência. Para vida com Deus não!